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Deus existe?

Atualizado: 3 de mai. de 2023

Como o título sugere, nesse post refletiremos sobre a existência ou não de um deus. Será que ele existe? Será que não? Confira aqui.


Se alguém me perguntasse por que não acredito em um deus específico, como o deus cristão, o hindu, o indígena ou o nórdico, eu responderia especificamente porque não acredito nessa divindade em específico. Mas se alguém me perguntasse porque não acredito em um deus em geral, entendendo deus como uma entidade máxima necessária, minha resposta é bem simples: Não acredito porque não existem provas que ele exista.


Antes de continuar é preciso dizer o que eu entendo como prova. Prova é bem mais do que apenas provas materiais, algo do tipo "Aqui está deus", apesar que essa seria a ideal. Nem toda afirmação precisa de provas materiais para a constatarmos como verdadeira. Se eu afirmar que não existem quadrados redondos por exemplo, não é necessário uma prova material do tipo "aqui estão todos quadrados do mundo, como pode ver nenhum deles é redondo , logo não existe quadrado redondo" . Um simples raciocínio lógico comprova que não existem quadrados redondos. Caso alguém me apresentasse um raciocínio que de fato comprovasse que existe um deus eu poderia entender isso como uma prova. Mas isso não existe , não existe prova! Esse é o ponto.


Todos os argumentos que tentam provar que deus existe no final se classificam como deus das lacunas. Basicamente diz que se não sabemos como foi, logo foi um deus. Por que isso não é uma prova? Primeiro porque tenta atribuir a algo que não foi provado previamente que existe algo que não sabemos. Se não tem nenhuma prova que existe previamente como podemos atribuir a ele? Uma analogia que posso fazer é se alguém estiver tentando provar a existência do pé grande, falhar em todas suas tentativas e aproveita-se que em determinada região está ocorrendo o desaparecimento de várias pessoas de forma bem misteriosa e atribui isso como prova da existência do pé grande. O correto seria que primeiro se prove que o pé grande existe e depois podemos supor que será por causa dele ou não. Lacuna do conhecimento não pode ser prova de algo.


Até porque qualquer um pode se aproveitar do vácuo de conhecimento na área e lançar suas hipóteses também. Como já dito no post refutando as 5 vias de Tomás de Aquino , o principal argumento teísta para tentar provar a existência de um deus é a criação do mundo, sempre com pequenas variáveis. Só aí uma série de questionamentos e outras hipóteses já derrubam a hipótese teísta. Por que deus e não o universo cíclico? Tal teoria dispensa a existência de um deus. Teístas dizem que uma prova que um deus imaterial e atemporal deve existir é que a matéria e o tempo tiveram um começo e eles não podem se auto criar. O que eles não entendem é que quando se fala do Big Bang está se falando do universo atual, mas nada impede que exista matéria e tempo fora do nosso universo de forma eterna. Tanto que vários cientistas consideram justamente o multiverso que implica que existe matéria em outros universos.


Assim eliminamos um argumento conhecido como contingência, também refutado no post do William Craig , em que teístas tentam usar a lógica para provar que deus é necessário para a existência. Simplesmente ele não é necessário pois ou o universo pode ser eterno devido ao universo cíclico ou pode simplesmente sempre ter existido de outra forma. Até o momento entendemos que a ideia de um deus para o surgimento do universo é equivalente a ideia de outras teorias, todas são apenas hipóteses. Apesar de não provar a ideia de um deus ainda sim essa seria plausível e nos daria o benefício da dúvida, correto? Pois bem, acontece que além de não ter prova a favor da existência de um deus se tem várias provas contrárias. Na verdade a ideia de um deus onipotente, onipresente e onisciente como o deus cristão, é basicamente uma auto refutação por definição.


Deus sendo onipotente poderia criar uma bola quadrada? Não? Então fica claro que ele está limitado pela lógica.  Poderia ele criar algo que limite o seu poder, algo como uma pedra que ele não pode destruir? Se sua resposta foi sim então ele não é onipotente pois não consegue destruir a pedra, e se for não ele não é onipotente por não conseguir criar. Ainda se sua sua resposta for não fica claro que ele não poderia criar a lógica uma vez que é limitado por ela. Assim ele não pode ser a primeira causa pois a lógica o precederia.  Resumindo: Ele não pode ser a primeira causa e nem onipotente. Obvio que tentativas teístas de responder isso não faltam, a mais comum é que ele pode abrir mão da sua onipotência se quiser. Ou seja, se ele quiser, ele deixa de ser onipotente só para não destruir a pedra e cumprir o requisito de conseguir criar uma pedra que ele não consegue destruir e depois volta a ser onipotente e consegue destruir a pedra normalmente.


O problema é que claramente ele nunca criou uma pedra que ele não consegue destruir , apenas não manifestou a onipotência no momento. Se o Usain Bolt apostar uma corrida com uma tartaruga mas deixa-la ganhar não muda o fato que ele tem a potência de ser mais rápido que a tartaruga. Para ele ser mais devagar que a tartaruga ele deveria mostrar todo seu esforço de fato tentando vence-la e mesmo assim perder. No caso de deus abrir mão da sua onipotência temporariamente mostra que ele apenas não quer usar toda ela naquele momento, porque se ele usasse ele deveria conseguir quebrar a pedra já que ele é onipotente. É aí que mora o paradoxo, pois se ele o fizer ele não consegue criar a tal pedra com tal característica.


A onisciência também é uma impossibilidade lógica porque ele sendo um ser a parte de tudo jamais terá experiências em primeira pessoa dos outros seres, no máximo saberá que aquele ser está fazendo algo não "eu estou fazendo algo". É como a diferença entre saber todos mecanismos fisiológicos de como a dor funciona e de fato senti-la. Ainda mais considerando o ponto de vista de um ser onisciente e que sempre existiu com de seres limitados pelos próprios sentidos. Sentidos esses que muitas vezes são frutos de evolução de nossa espécie.


Considere a diferença da forma como um urso enxerga o mundo e como nós humanos enxergamos. Nossos antepassados estiveram expostos a perigos como predadores maiores e mais fortes que ameaçavam nossa existência que preferiam atacar a noite e se aproximavam muito rápido, por isso temos certo medo de coisas se aproximando rápido no escuro , recurso inclusive muito explorado por filmes de terror. Basicamente uma herança da evolução. Quem tinha medo do escuro sobreviveu mais do que quem não tinha. Um urso no entanto não tem esse problema pois sempre foi muito maior que grande parte de todos outros animais, não é um alvo de caça de outros predadores e enxerga muito bem a noite, logo não teria problemas com o escuro. Na verdade ele provavelmente até prefere o escuro pois provavelmente associa isso a maiores chances de conseguir comida. Assim se alguém quisesse fazer um filme de terror para um urso provavelmente explorar o recurso do escuro sombrio não ia dar muito certo.


Humanos por sempre vivermos em grupo desenvolvemos a capacidade afetiva muito forte, dependemos de viver em grupo e criar laços, do contrário entramos em depressão. Uma das provas disso é a quantidade coisas completamente irracionais que fazemos só para sermos aceitos em grupos, seguindo padrões de comportamento quando estamos em grupo e outro totalmente diferente quando estamos a sós com outra pessoa, por exemplo. Os ursos não tem isso, pois eles já vivem solitários e enxergam as relações sociais completamente diferente, se preocupam mais com sua sobrevivência única e exclusivamente, ou seja um urso está muito mais preocupado em conseguir armazenar gordura o suficiente para hibernar do que em fazer amizade com outros ursos. Aliado isso a questões fisiológicas como o tamanho do cérebro menor que restringe pensamentos complexos em ursos fica claro que a forma de enxergar o mundo muda completamente de espécie para espécie por questões evolutivas, imagine então a diferença de enxergar o mundo de um ser onipotente e que sempre existiu para meros mortais. Simplesmente a forma dele enxergar o mundo seria completamente diferente.


Se ele é algo a parte de todos, não tem como ele saber como esses seres se sentem pois ele não tem as características físicas e decorrentes de processo evolutivos deles. Mesmo que ele se torne um desses seres ou faça uma simulação na sua mente de como seria, no fundo ele saberia: "Eu sou deus e estou apenas testando como seria ser essa criatura", não seria a mesma coisa que de fato ser uma criatura dessas, decorrente de processos evolutivos que luta por sua vida pois se ele morrer sua existência acaba ali. O máximo que ele pode é entender a partir do conhecimento dele sobre os seres e o processo evolutivo , mas não de fato conhecer a vivência deles em primeira pessoa. Ele pode até se imaginar no lugar deles mas nunca terá a mesma sensação de fato, assim é algo que é impossível ele saber .


A menos que impliquemos que ele é tudo inclusive todos os seres, o que entra em conflito com a imaterialidade pois se ele é o mundo material então ele não pode ser imaterial, não faz sentido dizer que ele é o todo e imaterial mas parte dele ser material, isso é ilógico. Além do mais se parte dele seria material então é possível detecta-la e prova-la por nossos meios e métodos, então se é possível prova-lo por nossos meios cabe aos teístas o fazer do contrário podemos negar sem provas. No mais não tem como ele de fato saber tudo, isso é impossível. Até mesmo pela contradição de não saber que sabe. Imagine que o tal deus queira se transformar em um humano para saber como ele se sente e refutar meu ponto. Para de fato ter todas características de humano ele terá que não ser onisciente, ou seja não poderá saber de tudo e nem saber que é deus. Ora, como isso é possível logicamente? Se ele sabe de tudo, inclusive que sabe de tudo, não tem como ele simplesmente não saber de tais coisas.


Como já dito , mesmo que ele se torne um humano com todas as características de humano no fundo ele saberá que é um deus que se transformou em um humano e não vai encarar a realidade da mesma forma. Caso ele se esqueça completamente que é um deus e esqueça tudo que sabe sobre o universo, e realmente viva como um humano não onisciente, ainda teremos alguns problemas. Se ele pode se privar totalmente de seu conhecimento como ele sabe que sabe de tudo e não está se privando de algo? Não tem como saber. E se ele de fato bloqueou algo completamente da sua mente como ele vai voltar a saber disso algum dia? Não teria como. Ex: Se eu esquecer completamente que tenho uma casa em Belgrado não tem como eu me lembrar que apaguei da minha memória que eu tenho uma casa em Belgrado pois essa informação desapareceu da minha mente. No máximo vou pensar "lembro que apaguei algo da minha memória mas não sei o que é".


Aliás aqui temos outra contradição. Se ele é onipotente e onisciente, uma vez que ele apagasse completamente algo de sua memória ele deveria conseguir que ela volte e ele voltasse a saber sobre ela. Mas na hora de ativar sua onipotência para voltar a saber de algo, como ele faria? Seria algo do tipo: " Agora vou voltar a saber tudo que eu apaguei de minha mente! Mas o que eu apaguei da minha mente?". A menos claro, que tal informação nunca tivesse sido excluída, apenas armazenada que em alguma espécie de sub consciente e se manifestasse depois. Assim concluiríamos que ele seria incapaz de apagar algo de sua mente completamente, entrando no mesmo paradoxo da pedra.


O teísta pode alegar algo do tipo: "A informação do nada volta a cabeça dele". Assim no exemplo da casa de Belgrado, em um momento eu não sei de tal informação e no outro magicamente eu sei. No entanto, como ele sabe que é essa informação que ele apagou de sua mente? Se ele não sabe da informação não tem como saber se é essa a informação que ele apagou. E outra, deus tem total consciência de cada fase de seus atos? Exemplo, se ele está criando uma flor ele sabe coisas do tipo: agora junto os átomos assim e formo as raízes que servirão para coletar nutrientes, água e sais minerais do solo, já esses átomos junto dessa forma e formará as pétalas, etc ... ? Se sim então no momento de fazer a informação voltar a sua mente ele deverá ter consciência de cada fase, e em algum momento ele deverá pensar "agora voltarei a saber da informação X " . Mas como ele pode pensar "Vou saber da informação X" se ele não sabe sobre "X" ? Ainda sobre a analogia da casa, se não está em minha memória "Minha casa em Belgrado" não tem como eu pensar : "Agora voltarei a saber sobre a casa de Belgrado" , porque simplesmente eu não sei que eu não sei sobre a casa de Belgrado. É simplesmente uma impossibilidade lógica .


Além do mais, quando analisamos as atitudes desses deuses, como o deus cristão, percebemos que muito provavelmente eles não podem ser oniscientes, nem onipotentes e se for não pode ser bons. Por que diabos criar uma humanidade que ele sabe que não fará as coisas do jeito que ele quer, se arrepender e mata-la depois? Se ele fosse criar, por que não faze-la agir da maneira que ele quer se ele é onipotente? Obviamente algum cristão pode argumentar que ele não quer interferir no livre arbítrio. Mas isso é no mínimo falacioso.


Primeiro que é totalmente ilógico ser onipotente e falar em livre arbítrio ao mesmo tempo. Se ele já sabe que criando as pessoas com determinadas características elas agirão de forma X, então nunca houve livre arbítrio. Não se trata nem de possibilidade mas uma mínima chance que isso aconteça diferente, de fato ele sabe o resultado. A analogia não é nem comparável a ele criar uma pessoa e colocar dois caminhos e ela provavelmente poder escolher um dos dois mas pode voltar para trás , pode sentar no chão e ficar parada ou pode simplesmente andar em círculos, que são possibilidades mínimas mas podem ocorrer. A analogia correta seria com criar uma pedra, a gravidade e o chão e soltar a pedra e esperar que ela faça algo diferente de cair no chão. Na verdade é até pior que isso, pois até quando falamos de soltar a pedra e ela cair estamos falando de probabilidade. Na faixa de 99,999999% mas ainda sim tem a probabilidade dela não cair. No caso de deus ele tem 100% de certeza do que vai acontecer pois ele é onisciente. Não existe livre arbítrio pois ele sabe as escolhas das pessoas.


Além disso sabemos que a personalidade das pessoas influenciará suas ações, e essa é moldada pelo ambiente externo que ela vive. Sabemos também que humanos tem instintos selvagens quando expostos a ambientes hostis, sem comida, água, com anomia social eles podem ser mais propensos a agressividade. Prova disso é que no passado quanto menor a disponibilidade de recursos e menor o senso de civilidade mais violenta era a sociedade. Então sabendo disso me pergunto se deus não querendo interferir no livre arbítrio das pessoas poderia criar humanos sem algumas necessidade como de comer, beber e necessidade de aceitação que leva a disputa por status social. Sem isso 99% das agressões e formas de violência humana não ocorreriam e não haveria interferência no livre arbítrio. Mas o que vemos é justamente o contrário. Esse deus cria humanos propensos a reagir aos estímulos externos e põe os estímulos externos para que reaja de uma maneira oposta à que ele quer. Ao colocar essas características humanas e tal ambiente fica evidente a interferência no livre arbítrio, pois deixa o humano um pouco mais propenso a reagir com violência. Então temos uma contradição do pois claramente há interferência do livre arbítrio.


Assim vamos pensar: Ele poderia criar humanos com uma determinada característica , como não depender de comer por exemplo. No entanto ele cria o homem com tal necessidade, coloca a quantidade de alimentos escassa e ainda coloca instintos de sobrevivência que leva ele a agir agressivamente e ainda acha ruim que eles assim agem? E ainda se arrepende quando a população humana cresce muito e a violência se torna generalizada? No mínimo podemos concluir que ele não sabia que a sociedade chegaria a tal nível de caos, o que acaba com a onisciência. Se ele é de fato onisciente e sabia de tudo isso, no mínimo ele tomou uma atitude bem ilógica.


Outro ponto que fica claro que talvez ele não seja onisciente é a estranha relação dele com o mau personificado em Satanás. Se ele criou tudo então ele criou Satanás em algum momento. Mas se ele é onisciente ele provavelmente sabia que Satanás se revoltaria contra ele e causaria toda merda que causou, o mais sensato caso ele não quisesse todo esse mau seria ou nem ter criado ou destruí-lo depois. Até reis absolutistas do passado que eram meros mortais o faziam com quem suspeitava que era uma ameaça ao seu governo, por que o deus todo poderoso não o fez? Ou ele não sabia que ele ia se rebelar, o que joga a onisciência no lixo, ou ele queria que o mau se perpetuasse e toda desgraça do mundo não só tem o aval de deus como foi planejado por ele. Obviamente isso joga a possibilidade dele ser bom no lixo.


Pelo menos o bom na visão dos humanos, que entendem a morte de humanos como algo ruim. Penso que se existisse de fato um ser onipotente, onipresente e onisciente todo poderoso o senso moral dele seria totalmente diferente de um humano. Entendemos a morte como algo ruim porque com ela vem o fim de nossa existência, mas não pensamos o mesmo da morte de uma formiga ou uma barata. A barata caso pudesse formular pensamentos complexos como senso de moralidade, provavelmente teria a visão oposta. Um ser fora a tudo isso não teria nenhuma razão para ficar de um dos lados e provavelmente seria um mero espectador, não teria porque achar a morte de humanos algo deplorável. Para ele são seres mortais agindo aleatoriamente de modo que não lhe afeta em nada. A psicologia explica como se formam nossos sentimentos, basicamente vem de empatia e afeto com quem convivemos, fruto de estratégias para viver em grupo evolutivamente explicadas. Deus não teria nem reflexos espelhos no cérebro, nem cérebro na verdade, e nem fatores biológicos evolutivos, assim ele pode ter o próprio senso de bem e mal que não tem nada a ver com o que entendemos sobre os mesmos. Ele poderia enxergar a morte como parte de um grande ciclo da natureza que ele criou , não tendo porque achar ruim.


Assim apelar a moralidade de um ser com existência completamente diferente que provavelmente vai ter senso moral totalmente diferente parece pouco lógico , ou seja se refletirmos criticamente sobre deus percebemos que não só é bem provável que ele não exista como que se existir provavelmente não teria nada a ver com o que as pessoas acham que ele é. O que fica claro é uma antropoformização das pessoas para com seus deuses e ainda uma ideia de se achar o centro especial do mundo. A psicologia explica isso bem, além de servir para enaltecer o ego a crença em deuses servem como forma de responder o que não conseguem (deus das lacunas) , forma de unidade cultural para unir povos, e como forma de se apegar nas horas de dificuldade servindo de fator motivacional. Obviamente esse tipo de raciocínio pode ser aplicado a todos deuses, estou me focando no deus cristão por esse ser o mais popular no mundo.


Ok , vamos recapitular: Não há provas que existe um deus, as características normalmente atribuídas a ele são uma contradição lógica e não se mostram nos relatos humanos sobre os deuses. Assim podemos concluir que não existe um deus. Obviamente teístas não aceitam tais argumentos, e entre tantos contra argumentos que já vi vou destacar dois que acho mais interessantes:


a) Dizer que, ao contrário de tudo que foi citado, deus seria necessário ;

b) Tudo o que foi citado é material e pode ser testado e comprovado por nossos métodos, logo atribuir a lógica citada por mim ou método científico a deus não seria válido;


A segunda objeção é bem simples de responder . Basta acrescentar transcendental , imaterial e atemporal a qualquer coisa e ela já se tornaria digna de ser levado a sério. Exemplo , poderia afirmar que existem elefantes rosas que habitam o pulmão de chineses e que são menores que átomos também poderiam ser transcendentais e imateriais. Como alguém pode provar que eles não existem? Simplesmente não tem como, a pessoa deveria considerar a existência dele mesmo sabendo que é mentira porque foram inventados aqui e agora. Isso mostra a limitação do modo de pensar de considerar a existência de algo só por não ter total conhecimento para dizer que algo existe ou não.


Sobre o primeiro argumento é mais simples de refutar ainda: deus não é necessário porque existem teorias alternativas a ele sobre o surgimento do universo como o multiverso e universo contínuo. Ambas inclusive tem mais evidências que um deus. Além do mais a primeira entra em contradição com a segunda. Se sabemos que o mundo material perceptível por nós só se manifesta de forma material perceptível por nós e sabemos que deus interage com o universo (realizando desejos , fazendo milagres , inspirando pessoas , guiando evolução ou seja lá o que mais ele faça) então essas manifestações deveriam ser perceptíveis pelo nosso método científico. Assim além da contradição fica claro que cabe aos teístas provar de maneira científica se existe um deus ou não. A menos que eles impliquem que ele não interage com o universo. Nesse caso fica a dúvida: se ele é de fato imaterial , não sendo possível prova-lo por métodos científicos e ele nem interage com o meio que a pessoa tem percepção como é possível afirmar que ele existe? É ilógico afirmar que algo totalmente metafísico e que não há possibilidade de prova-lo via método científico possa ser percebido por alguém com os sentidos então limitados.


Com as duas objeções respondidas podemos então voltar ao ponto que não há prova que existe um deus e vários argumentos contra, pelo menos com as características do deus cristão. Outro deus com caraterísticas diferentes precisa passar pelo mesmo processo de análise. Dificilmente vai haver alguma prova. Pelo menos todos deuses apresentados até hoje. Assim podemos logicamente concluir que não existe um deus.


 

Referências


Sobre os ursos :



Sobre o afeto e empatia ser resultado de evolução humana :




Violência e pobreza :



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